terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Portugueses no Japão

Caixa que surge no livro "Jesuítas Construtores da Globalização" , de José Eduardo Franco e Carlos Fiolhais, CTT, 2016, um livro tornado actual pela próxima estreia de "Silêncio", o filme de Martin Scorsese:

"Os portugueses chegaram ao Japão em 1542, ini­ciando-se o labor missionário nessa região passados sete anos, quando chegou Francisco Xavier. Os Je­suítas, na sua maioria portugueses, foram os protago­nistas dessa tarefa de missionação que, numa primeira fase, conheceu um êxito impressionante. Chegou a ha­ver mais de trezentos mil cristãos no Japão. O cato­licismo acabou por ser severamente reprimido em 1587 e, de forma sistemática, a partir de 1614, no processo de unificação política daquele país. As perseguições foram terríveis: 26 cristãos, entre os quais três pa­dres jesuítas, foram crucificados em Nagasaki, razão que mais tarde foi considerada suficiente para a sua canonização. Muitos cristãos, cerca de sessenta mil, permaneceram depois com práticas na clandestinida­de – foram os chamados «cristãos escondidos». Só no final do século XIX voltou a haver nas ilhas nipóni­cas tolerância para com os cristãos.

Os Jesuítas levaram a Revolução Científica ao Ja­pão, incluindo o uso do telescópio. Foram também os Jesuítas que introduziram nessas ilhas a medicina oci­dental, criando vários hospitais. Distinguiu-se nessa atividade o padre Luís de Almeida (1525-1586), o pri­meiro português a chegar a Nagasaki (em 1567), que se apoiou no modelo das misericórdias portuguesas. Hoje existe no Japão, na cidade de Oita, um hospital com o nome de Luís de Almeida."



Pormenor dos biombos Namban Bárbaros do Sul (1593)



Mártires de Nagasáqui, escola de Cuzco (peru). Da peerseguição aos cristãos resultaram, ennrre 1597 e 1637, duzentos  e cinco mártires.

 

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