quarta-feira, 27 de junho de 2007

O PESO DAS ESTRELAS


Novo post convidado da nutricionista Ana Carvalhas, que já nos tinha dado "Pelo S. João, sardinha no pão":

Segundo Mário João Monteiro, astrofísico da Universidade do Porto, “a vida das estrelas é uma sequência de tentativas (algumas com sucesso mas outras não) de impedir que o seu peso a destrua… porque, como gasta energia, a estrela ‘envelhece’; logo todas as estrelas têm um início, uma juventude (intempestiva), uma idade adulta, uma velhice e um fim. Assim, ao longo da sua vida, o interior da estrela vai mudando (por vezes de uma forma drástica) adaptando-se como pode ao efeito da força inevitável que é o seu peso”. Devíamos aprender com as estrelas. De facto, tal como elas, temos de impedir que o nosso peso nos destrua... O peso excessivo representa uma sobrecarga para o coração.

As doenças cardiovasculares têm liderado, ano após ano, as causas de morte em todo mundo. Os números não deixam margem para dúvidas: 16,6 milhões de mortes por ano, dos quais seis milhões na Europa. Destes seis milhões, 50 mil ocorrem em Portugal. É muita gente!

Em geral as vítimas são mais homens do que mulheres, mas, entre nós, é precisamente ao contrário. Morrem mais mulheres por doença cardiovascular do que homens porque elas são, em média, mais obesas do que eles. As mulheres estão realmente mais protegidas até à menopausa, mas, a partir dessa altura, o risco aumenta drasticamente.

A maior parte dos factores de risco são bem conhecidos: não só a obesidade, mas também a hipertensão arterial, a hipercolesterolemia (colesterol elevado), o tabagismo, o stress, a ausência de actividade física… só para referir alguns.

Quando se comparam as estatísticas de saúde de 1996 com as de 2006, até ficamos animados: há maior controlo da hipertensão arterial e da hipercolesterolemia, em parte porque se desenvolveram fármacos adequados, e o número de fumadores diminuiu. Mas ficamos desanimados com o aumento acentuado do número de indivíduos obesos. Em particular, é indispensável lutar contra a obesidade aliada à diabetes.

Os obesos têm um risco acrescido de virem a sofrer um evento cardiovascular, um risco que só diminui com a prática de uma actividade física regular. Esta favorece a circulação e constitui um precioso auxiliar na perda de peso.

Cabe a cada um de nós vigiar o seu peso! A nossa esperança de vida e a nossa qualidade de vida dependem desse cuidado. Imitando as estrelas, precisamos de nos livrar do excesso de peso para vivermos mais...

23 comentários:

Anónimo disse...

Cara Ana Carvalhas,

O tema que traz a este blog e que muito me apraz, tem suscitado o maior interesse por parte de alguma franja da nossa sociedade. Reparo que refere algumas causas de má saúde e apresenta algumas sugestões sobre como minorar os riscos devido a excessos alimentares e falta de exercício. A propósito, não resisto em contar a conversa que tive hoje, aqui em Berkeley, com um professor americano (jovem, à volta de 40 anos) com quem almocei, num restaurante japonês vegetariano. Perguntei-lhe porque era ele vegetariano e há quanto tempo o era. Respondeu-me que optara por comer só vegetais há oito anos, depois de ter aberto cadávers (pois ele estudava medicina na altura como um dos seus segundos major – aqui pode-se estudar 2 cursos ao mesmo tempo!) e ter visto que os pedaços de carne e peixe que as pessoas tinham ingerido antes de morrer ainda se encontravam quase inteiros dentro dos corpos, depois de alguns dias. A partir dessa experiência decidiu ser vegetariano e educador ambiental. Hoje em dia, além de professor, trabalha para grandes supermercados americanos (para aqueles que deitam milhares de vegetais para o lixo ao fim de 2 dias – também acontece em Portugal?) ajudando-os a recuperar aquilo que consideram lixo (frutas, vegetais, embalagens, etc.) a fim desses produtos serem disponibilizados para reutilização. Para além desta acção, testemunhei outro exemplo interessante da sua parte: traz sempre de casa o seu guardanapo de pano e os seus “sticks” de plástico cada vez que vai a um restaurante chinês ou japonês (pois aqui, quase todos os “sticks” são de madeira e depois de utilizados pelos clientes vão para o lixo ).

O que temos feito nós em Portugal a este nível de educação ambiental? O que sabe o público menos informado sobre as suas recomendações?

Muito obrigada pelo tema,

M Elvira Callapez

Bruce Lóse disse...

Apenas para lembrar à senhora Callapez que os "US of A" são e economia mais poluidora do mundo, com mais desperdício a nível alimentar, e provavelmente com mais responsabilidades na orquestração da verdadeira e única Santíssima Trindade:

- Banco Mundial
- FMI
- OMC

Comecem por formar e empossar economistas decentes e deixem-se de folclore ambientalista. Apenas uma sugestão.

devoured elysium disse...

Não vejo inconveniente nenhum em morrer cedo por obesidade...ou pelo que quer que seja. Mas isto sou só eu..

Anónimo disse...

Caro bruce lóse,

está certo quando diz que os "US of A" poluem muito. Sobre o outro aspecto da sua intervenção, parece-me que a questão ambiental já deixou de ser uma exigência apenas de grupos de pressão acusados de "folclore ambiental". Hoje em dia já não bastam só economistas (bem vindos) para apresentar medidas para preservar o planeta dos ataques poluidores. Talvez tenha presente que há quase 50 anos, a denúncia contra os atentandos ao ambiente vieram de uma bióloga, Rachel Carson, em "A Primavera Silenciosa" - excelente livro, uma referência para todos, mesmo para os economistas. Só para informação: actualmente, grupos (incluindo governos) das mais diversas formações interessados na conservação planeta e na qualidade de vida das pessoas, recorrem a um instrumento que não reune consenso e que se chama o "Princípio da Precaução". Há um debate aceso à volta deste conceito e ainda ninguém conseguiu convencer ninguém sobre o seu princípio quando se quer proibir algo que destrua o ambiente ou substâncias que possam atentar contra a saúde pública ... Ele surge bem visível nos anos 1970s (com raízes históricas desde o século XIX), é muito falado nos anos 1990s aquando do célebre encontro no Rio de Janeiro onde se apresentaram muitas teses sobre como não destruir os ecossistemas, etc... Quem sabe se a partir de algumas pequenas ideias, iniciativas, sensibilidades (como no exemplo, que mencionei, do professor), se poderão formular grandes resoluções para recuperarmos o planeta. Obrigada pela sua nota,

M Elvira Callapez

Anónimo disse...

Lá por serem os maiores poluidores não serve de perdão ou desculpa para os outros poluidores, não acha, sr. bruce?

E, também, não significa que «ser o maior poluidor» deva proibir-nos de reconhecer(e louvar) o que de bom e acertado por lá, nos "US of A" se faz!

Tupamaro

Anónimo disse...

Meus caros: sim, sou obesa. E que saudades tenho eu de uma ex-colega que também era redondinha! Costumávamos almoçar juntas no chinês de Celas e conversávamos, conversávamos longamente. Em alemão. Ela fumava, mas eu não. Só que na companhia dela eu curtia o fumo! Falávamos muito, horas a fio. Claro que eu lhe contava as minhas desventuras ambientalistas, mas longe de nos «fracturarmos», isso ainda cimentava mais a nossa amizade. Eu curtia, de facto, aquelas escapadelas a uma família grande, só de homens :-), e sentia-me assim um pouquinho mais «em casa», falando horas a fio outra língua que trago comigo, cada vez mais só comigo, e que, de certa forma, se me foi embutindo ao longo dos anos na mente. Por sua vez, ela creio que se sentia dessa forma mais acompanhada neste Portugal (e nesta Coimbrinha...) que tantas vezes não sabe acolher bem os estrangeiros que por cá trabalham ou nos visitam. Sim, sou obesa. Sim, sou contra a construção de centrais nucleares. Sim, queria que houvesse muito menos automóveis na nossa cidade. Sim, encantam-me as ervinhas do caminho, ou as folhas dos plátanos da Avenida Sá da Bandeira, quando se vai a descer ao fim da tarde, em direcção à Baixa, e elas estão iluminadas pelo sol. Sim, preciso absolutamente de falar outra língua de vez em quando para me reencontrar com a minha identidade, com a minha própria cidade. Sim, gostava de ir nadar mais vezes. Sim, gostava de comer mais vezes comida vegetariana, ou macrobiótica, porque realmente faz muito bem. Mas sobretudo gostava que os homens desta cidade fossem mais para a cozinha e dessem mais valor, de facto, a estas coisas. Ah, aqueles que nos querem enfiar à força o barrete de certa normalidade cientificamente correcta não podem imaginar as palavras que estas duas obesas ali saboreavam em alemão! Prazenteira e longamente. Que saudades!
PS. Não, não me lembro do que comíamos.
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

Gostei bastante da originalidade com que foi introduzido o tema da obesidade.
Julgo que a obesidade assentará em parte nas questões genéticas (que muita gente gosta de arremessar para desculpabilizar-se) e em parte também na saúde mental (isto vendo o cérebro como tutor de todas acções tomadas ou não tomadas).
Por saúde mental considero também um fenómeno muito nacional que é a existência de muitas pessoas em Portugal com sistemas operativos falaciosos nos seus intelectos. Parece utópico mas não é!

Foi a minha primeira visita a este espaço e fui arrebatado por este texto: parabéns!

Até breve...
Marcelo Melo
[www.3vial.blogspot.com]

MARCE

Anónimo disse...

Devido ao sedentarismo que a caracteriza, apareceram (ou simplesmente, agravaram-se) na civilização hodierna verdadeiras epidemias com a obesidade com etiologia na hereditariedade, disfunções hormonais e distúrbios metabólicos em que o anabolismo (fase assimilativa de alimentos) se superioriza ao catabolismo (sua fase destrutiva). A obesidade predispõe, por outro lado, para o aparecimento da diabetes em que o organismo tem dificuldade (ou está mesmo incapacitado) em queimar os açúcares ingeridos assistindo-se, com isso, a um verdadeiro ciclo vicioso. No aspecto circulatório, a modernidade fez-se acompanhar, entre outras, de patologias que afectam o cérebro (acidentes vasculares cerebrais, com a sigla AVC) e o músculo cardíaco (enfartes do miocárdio). Nestas situações meio mundo enche a boca com o exercício físico numa propaganda de louvar mas nem sempre documentada nos seus benefícios. Ora, o exercício físico contribui para uma melhoria do sistema vascular através de um fluxo sanguíneo aumentado responsável por uma mais difícil fixação de placas gordurosas (ateromas) nas paredes das artérias mantendo-lhe uma boa elasticidade promotora de uma tensão arterial mínima baixa. Por outro lado, os benefícios por si aportados são também explicáveis pelo facto de os músculos, durante o exercício físico, actuarem como uma espécie de coração auxiliar que a exemplo do coração expelem sangue quando se contraem e o absorvem durante o período de descontracção. Ou seja, identicamente, o miocárdio (ou músculo cardíaco) quando os ventrículos se contraem (fase sistólica) expele sangue e na fase de descontracção (fase diastólica) enche-se de sangue, funcionando com uma bomba aspirante-premente, aspirante no segundo caso e premente na primeira situação. Um exemplo muito simples, fará melhor compreender este fenómeno da mecânica circulatória: se apertarmos na mão uma esponja mergulhada na água ela expele-a; depois de deixarmos exercer essa preensão ela absorve-a. Em contrapartida, o tecido adiposo oferece uma grande dificuldade à respectiva irrigação. Muito se fala hoje em as pessoas se “mexerem”, numa civilização causadora de doenças já chamadas hipocinéticas (como o nome indica, motivadas por pouco movimento), sem o cuidado de as advertir para a sua prática ser orientada por “gente” especializada. Acresce o perigo de se poder infantilizar essas pessoas por não se explicar as vantagens e a forma em as combater através da exercitação física. Quando se diz a uma criança não faças isto, faz aquilo, a primeira coisa que ela pergunte é: porquê? Vivemos numa época do conhecimento com o bombardear constante de informação que nos chega através dos écrans da televisão, da internet e de blogues de divulgação científica como este. O tempo de um ciência fechada, esotérica, unicamente ao alcance de iluminados, passou à história. Democratizou-se.

Paulo disse...

Interessante!!!

Anónimo disse...

Uau Rui, fantastico... Que queres? Uma palmadinha nas costas e um rebucado por teres conseguido entrar em medicina ou um aperto de mao chega?
Ja agora os conceitos de anabolismo e catabolismo estao incorrectos porque sao qualificativos do estado metabolico de um organismo e nao de accoes digestivas. Ves? Tambem sei umas coisas... passando fase nr. 2: vamos medir pilinhas.

Anónimo disse...

Gente da Medicina, decidam-se duma vez por todas: se querem que as mulheres portuguesas tenham muitos filhos, d�em-lhes condi�es, mas sem lhes roubarem o prazer que � usufruirem do conhecimento estimulante a que, como qualquer ser humano, podem aceder. Eu sou obesa porque tento conciliar aquilo que � para muitos dif�cil, sen�o imposs�vel, de conciliar: uma profiss�o exigente e aliciante (que c� em casa, por sinal, n�o � somente a minha), com 4 filhos e um gostinho especial - sempre imprevis�vel - pela escrita. N�o tenho l� muito tempo para gin�sios, porque se tivesse tamb�m n�o escrevia, ou n�o lia certas coisas, mesmo mal e porcamente, aos bocados. (Aqui, como noutros s�tios). E juro-vos que j� pensei muito nisto, e tamb�m j� escrevi sobre tudo isto, inclusivamente sobre a Rachel Carson, etc.: tenho plena consci�ncia de que a sa�de � tamb�m uma quest�o de investimento pessoal. Vou-o fazendo, por�m � minha maneira: com boa m�sica, bons livros, boas conversas. Mas olhem: ser muito saud�vel e morrer sem escrever ou dizer certas coisas (sim, �originais�...) n�o me daria consola�o nenhuma! Os seres humanos n�o s�o para ser fininhos e hirtos como bacalhaus secos ou cabides com pernas. :-)
Um abra�o
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

Começo por agradecer a Iowlander o facto de ler lido o meu post. É sempre grato sabermos que despertámos em alguém o interesse por aquilo que escrevemos. Todavia, a minha posição é ingrata por estar devidamente identificado a trocar opiniões com um anónimo. Enfim, “quem não se quer molhar não anda à chuva”. O mesmo vale dizer que as regras dos comentários na Internet propiciam esta situação, mas que o carácter sério deste blogue desaconselha. Joguei, não me posso queixar das regras do jogo! Na verdade, um tanto “à vol d’oiseau” falei em metabolismo que é definido como “o conjunto de transformações químicas e energéticas que sofrem os alimentos nos seres vivos durante o fenómeno da nutrição”. Claro que neste processo estão implicados factores muito variados e complexos como, por exemplo, a estimulação simpática generalizada que aumenta o metabolismo de todas as células do corpo através da segregação de noradrenalina. Quanto ao anabolismo são processos metabólicos que implicam a construção de moléculas a partir de outras, enquanto o catabolismo implica na quebra de substâncias complexas em outras mais simples. Concedo que possa não ter sido muito claro, ou mesmo exacto, na exposição destas duas definições. Se assim foi, “mea culpa”. Agora o que me causa espécie é o facto de numa época em que a Ciência deixou de estar em compartimentos estanques falar em assuntos cobertos pela transdisciplinaridade e interdisciplinaridade possa levar à acusação de se estar a entrar no âmbito da Medicina. Os próprios médicos de há muito compreenderam este facto (cito de memória): “Um médico que só sabe de Medicina, nem isso sabe” (Abel Salazar). O exercício físico é uma matéria que interessa a vários ramos do saber, a uns mais que a outros. Ora quando se está devidamente encartado nesta matéria não se pode ou deve ser levado à conta de um intruso que à mesa de café discute futebol apaixonadamente e sem qualquer racionalidade, portanto. Quanto “à medição das pilinhas”, Iowlander “dixit”, parece-me, embora com respaldo na minha condição de leigo, uma preocupação infantil ou mesmo de algo mais grave: um desvio que qualquer sexólogo pode resolver. No fim de tudo isto, o artigo de Ana Carvalhas, se outro mérito não tivesse (que o teve), teve, também, o grande mérito em despoletar discussões em que pode ter acontecido, por vezes,"o coração ter razões que a razão desconhece"(Pascal).Delas não me excluo, evidentemente.

Anónimo disse...

"falei em metabolismo que é definido como “o conjunto de transformações químicas e energéticas que sofrem os alimentos nos seres vivos durante o fenómeno da nutrição”."

1 - Definido por quem? Pascal? Abel Salazar? O inspector Ventoinha?
2 - Na minha terra metabolismo e o conjunto de reaccoes quimicas que ocorrem no interior das celulas vivas as quais podem ser de caracter catabolico ou anabolico.
3 - Isso que descreve assim de repente parece mais digestao.

PS. Tem toda a razao camarada: sou um profundo e infantil tarado sexual sem nome. O camarada deve ser radiologista!
PPS. 17cm

Anónimo disse...

Ja agora, ja leu por acaso algum dos posts la mais abaixo dedicados ao tema do eduques e linguagem pos-moderna do Carlos Fiolhais?

Anónimo disse...

Para Iowlander: Para satisfazer a sua cuiosidade mórbida sobre a obra por mim consultada, aqui vai ela:E. Starling e C.L.Evans, "Princípios de Fisiologia Humana",Volume I, capitulo 25, Fundação Calouste Gulbenkian, 1968, pp. 734-50.
Quanto a ter lido os blogues do Prof. Carlos Fiolhais, digo-lhe que, para além disso, sou leitor entusiasta de todos os seus livros de divulgação científica. No que concerne ao eduquês (título de um notável livro do Prof. Nuno Crato) tive a honra de nele ver citado um dos meus livros (p.11), "O Leito de Procusta: Crónicas sobre o Sistema Educativo", Lisboa, SNPL, 2005. A partir daqui, parágrafo, ponto final, porque não quero ficar-lhe credor de explicações, como esta última, que me obrigam a referenciar factos que eu próprio entendo poderem ser tidos como imodestos.

Anónimo disse...

Optimo! Entao se esta por dentro do assunto talvez perceba o sentido da minha (morbida) pergunta retorica.
Concluindo tambem: ao debitar banalidades especialmente para publico leigo e preferivel usar termos simples que embrulhar tudo palavras compostas de raiz classica... nao so para facilitar a passagem da mensagem que so por si seria motivo suficiente, mas tambem (no seu caso especifico)para evitar argoladas.
Entretanto tenho o jantar para fazer, ponto final, paragrafo. Assim sim.

Anónimo disse...

Cara Quadrd,
Certamente não se importará que a trate assim, pois também eu já hoje fiquei a saber que não passava de um bacalhau sec. Nunca escolhi os meus amigos para as cavaqueiras em função da sua massa ou densidade. Permita-me que discorde de si em dois ou três pontos. Não tenho a certeza que a boa disposição se concentre preferencialmente nos tecidos adiposos. Nunca tinha ouvido que a intelectualidade se pudesse medir em quilos ou decímetros cúbicos. Tenho todas as dúvidas que exista relação directa entre maternidade e obesidade. À parte estas diferenças de opinião, penso que o objectivo final de todos nós é atingir a máxima felicidade possível.
Se me permite também, sempre lhe digo que não percebo que o preço do tabaco seja quase na sua totalidade imposto e outros produtos como donuts, óleo de fritar batatas ou por exemplo hamburguers possam ter IVA reduzido.
Para terminar, fico na dúvida se bengaleiro é sinónimo de cabide com pernas.
Haja saúde!

Artur F!gue!red!

Anónimo disse...

Let me first state that I believe it is a privilege that I am able to make the choice to be a vegetarian. With billions of people around the world that struggle to even obtain the minimum amount of calories required to survive, I am fortunate to live in a place where there is such a surplus of food. With that said, we have many choices in our daily lives—from the products we purchase to what we consume. Whether we ride a bike, walk, or drive our cars. There are always exceptions, but mostly these are our own individual choices. Each decision we make has an impact on the world we share with not only other people but also other species.

A vegetarian is someone who abstains from eating meat, but will eat dairy products such as milk or cheese. A vegan is someone who will not consume any animal products—meat, dairy, or even honey. To live a vegan lifestyle, you must also not purchase items made of leather, silk, or that contribute to the harming of animals in any way. I began as a vegetarian, but soon committed to being a vegan. There are three main justifications for living as a vegan; health, environment, animal rights.

Animal Rights: Meat production in the United States is very intense. Large factory farms crowd animals, over feed them, inject them with growth hormones and subparatherapuetic antibiotics (in small doses, not to treat an illness but rather to increase appetites), and painfully slaughter them. It is quiet a gruesome experience to watch. It makes you wonder how someone can tolerate doing this as a profession. Mostly it is only undocumented immigrants that will take this low paying, horrific job.

Health: Animal products contain high levels of protein and fats. These saturated fats are one of the leading causes of obesity, heart disease, and other health problems. Many vegetables, such as beans and nuts, contain high amounts of protein, but lack the problems related high fat consumption. From a physiological perspective, the human body is designed to be more of an herbivore than a carnivore. Our digestive tracts are very long, which comes into consideration when thinking about the digestion of meat versus vegetables. Met that sits in our digestive tracts for a very long time will begin to rot and release toxins into our bodies—vegetables do not have this problem associated with them.

Environment: I believe that the single greatest contribution you can make to the preservation and health of the environment is your dietary choices. Eating organic, locally grown vegetables has the least impact on the environment while eating imported meat has the highest. Meat in general has a devastating impact on the environment. It requires many times the amount of resources to produce than vegetables. For example, 10 people could be fed with the grain that you would feed a cow that would be turned into food for one person, for every pound of beef it requires anywhere from 2500 to 5000 gallons of water, and one cow eats 25 pounds of corn a day, and will grow to over 1200 lbs. (which will have required 284 gallons of oil to produce). Lastly, related to the current global warming crisis, cattle produce almost 1/5th of global methane emissions, which is 24 times as harmful as carbon dioxide.

I believe that we all have a responsibility to do the best we can in life. Whether it’s walking instead of driving, dedicated your life to social service work, or limiting your consumption, life is about choice. So choose wisely 

Thomas

Anónimo disse...

Caro colega (devo chamar-lhe bacalhau seco?),
Eu não sou quadrada, não. Sou uma espécie de quadratura do círculo. :-)
Sim, senhor: concluo de tudo isto que necessitamos de mais comida vegetariana em Portugal. Todas as escolhas que fazemos têm em conta um determinado contexto! Não se fazem no vácuo. Mas aceito, e desejo muito, que a boa comida vegetariana se imponha em cada vez mais sítios, e felicito os homens que se interessam genuinamente por isso. Eu nesse aspecto falhei redondamente, e lamento-o: sou mais vegetariana da boca para fora que da boca para dentro. Mesmo assim, é melhor que nada!
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

Cara Adelaide,

o quadrado era o da imagem do seu anterior comentário. Muito mais engraçada é a quadratura do círculo da geometria :-)

Folgo por ver que lida bem com o peso excessivo. Isso por si só é um bom exemplo, quando tanta gente tem problemas com o facto. Confesso que me incomoda muito mais a anorexia estilística.

Nutricionalmete, não tendo para herbivoro em exclusivo. Vou comendo de tudo o que gosto o mais equilibradamente que consigo.

Artur Figueiredo

Anónimo disse...

A escolha de regime alimentar a que, obviamente, todos temos direito reflete acima de tudo a abundância de comida que se verifica nos países ricos em contraste com o que se passa noutros pontos do globo onde a escolha é, infelizmente, entre sobreviver de forma muito precária ou morrer de fome.
Penso que, tanto vegetarianos como omnívoros, temos na base da alimentação produtos de origem vegetal. Aliás, dependemos do mundo vegetal não só para comer, como para viver. Se me preocupa a forma como os produtos de origem animal são produzidos preocupa-me mais ainda a forma como a maioria dos vegetais o são, quer a nível industrial, quer a nível doméstico. O abuso de produtos químicos na agricultura, sejam fertilizantes sejam venenos sortidos (conheço quem explique isto muito melhor que eu), traduz-se na poluição dos solos e da água, prejudicando assim os direitos de todos os seres vivos. Felizmente, a agricultura biológica vai ganhando expressão, mas é ainda à custa de muita poluição que os vegetais se produzem. Dizer, por exemplo, que o biodísel é uma alternativa de combustível não poluente, depende muito da forma como a parte "bio" é produzida, senão pode ser pior a emenda que o soneto.

guida martins

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Descência é bom. E, há quem goste.

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Este assunto é um tônico. Espera-se de opinião adequada; responsável ao modelo exigido.

A panaceia da educação ou uma jornada em loop?

Novo texto de Cátia Delgado, na continuação de dois anteriores ( aqui e aqui ), O grafismo e os tons da imagem ao lado, a que facilmente at...